terça-feira, 29 de abril de 2008

Marcos Novak


Marcos Novak nasceu na Venezuela em 1957, ainda quando pequeno se mudou para a Grécia, onde desenvolveu o interesse pela música (tomando aulas de violão) e pelo movimento virtual acompanhando o trabalho do avô paterno que era um ator de cinema. Em 1980 recebeu seu bacharelado em arquitetura pela universidade de Ohio e em 1983 ele completou o mestrado com a tese de uso do computador como uma ferramenta compositiva. Porém, somente em 1989 que ele intensificou os estudos em ciberespaço como fundador e diretor do Laboratório de Ambientes Virtuais Imersivos e do Design Avançado de Programa de Investigação para a escola de arquitetura da universidade do Texas em Austin.

A evolução de novas tecnologias eletrônicas e da mídia digital estenderam os domínios da criatividade e arte para a realidade virtual. O uso da multimídia tem sido responsável por trazer esse pensamento de que a arquitetura, agora, abraça o mundo do ciberespaço.

O trabalho de Novak é pertinente aos seus estudos e manifestações de novas formas estéticas. Ele cria, no ciberespaço, objetos tridimensionais especificando uma forma de relação e proporção, sendo que qualquer mudança nesses parâmetros resulta na total transformação da figura. Ele acredita que a arquitetura é, hoje, um produto de convergência entre a ciência e a arte, ou seja, a tecnologia e a arte. É comum ouvir falar em termos como “arquitetura líquida de ciberespaço” e “transarquitetura” quando se fala em Novak, isso porque esses termos utilizados por ele são especificamente criados sobre o domínio virtual e que não existe no mundo físico, porém acaba por ser uma interação do real com o virtual.

Novak se considera um “trasarquiteto” e de acordo com sua própria definição “transarquitetura” significa:
Um novo domínio alargado de forma a incluir inteligência local, remota, e como um espaço virtual novo;… as técnicas de concepção deve conceber a arquitetura algorítmica, modelando-a diretamente a partir de dados através de novas técnicas como a prototipagem rápida, e ligá-la perfeitamente ao espaço virtual, onde uma estrutura paralela conceitual e poética se aplica.”

Em outras palavras a “transarquitetura” é a intercessão de informação em forma de algarismos e mundo material, como protótipos robóticos. Novak também criou um novo termo para desmaterializar a arquitetura na área cibernética, “arquitetura líquida de ciberespaço”. Isso é o resultado da combinação de arquitetura, ciberespaço e virtualidade, onde a composição do espaço é o objeto realidade que resulta da construção de uma mente.

Suas composições são basicamente criadas por um algoritmo genérico seguido de processos de sobreposição e de filtragem para que a criação seja visível. Depois de sobrepor informações, Novak funde a algorítmica composição com dados digitalizados,
a nova imagem revela novos padrões e novas estruturas de imagens. Com mais processamentos de imagens, ele adquire novas variações de figuras. Em seguida, ele faz mapeamentos tridimensionais na composição algorítmica de ciberespaço. Por ultimo, a “arquitetura líquida” é revelada em duas composições: uma com variações de informações e outra com formas tridimensionais.

Abaixo o resultado de seus trabalhos:







Greg Lynn

Greg Lynn teve seu bacharelado de Arte, Filosofia e Design na Universidade de Miami, com especialização em arquitetura pela Universidade de Princeton. Ele tem hoje um destaque por suas formas abstratas e irregulares, cada uma com forma e tamanhos únicos. Seus estudos volumétricos são produzidos por programas de computador, possibilitando uma enorme variação dessas superfícies virtualmente infinitas.


Ele usa técnicas que produzem elementos flexíveis e de inúmeras curvas, ao invés de um conjunto fixo de pontos, por esse motivo, pode-se dizer que sua arquitetura é “líquida”. Ao invés de cortar portas e janelas, as aberturas se adaptam as áreas côncavas e convexas, criando detalhes discretos. Essas partes são feitas de madeira e aço, todos fabricados através de computadores robóticos e de uma máquina cortante a jato de água de alta pressão.

A arquitetura de fluidos, hoje mais conhecida como Arquitetura Líquida se faz presente através das superfícies maleáveis, fluidas e flexíveis, aonde não se sabe o que é teto, piso e parede, por serem contínuas e incertas. A estrutura é uma grelha rígida comum mas que foi aprimorada, por ser flexível, maleável e flúida. Hoje o mundo não se limita ao concreto, por esse motivo segue adiante pelo virtual. O cérebro robótico é capaz de criar inúmeras formas derivadas de ângulos e equações matemáticas em questões de segundos. Depois do estudo volumétrico, entra em ação a insuperável mente humana, que se faz possível a reprodução real daquela forma por trás da tela de um monitor.

Seguindo o pensamento de Corbusier, a arquitetura tem que causar surpresa, e essa de fato causa, mas esse não é o principal requisito de sobrevivência. Uma arquitetura líquida pode ser bem futurista, abstrata, que instigue a imaginação e chame a atenção das pessoas, mas será que esse é o tipo de construção a ser habitada?! Para a sobrevivência, a arquitetura tem que ser no mínimo funcional, com espaços necessários para suprir as necessidades do morador. Será que é agradável morar na Casa Embrionária de Greg Lynn?!

Depois que o mundo conhece Yona Friedman, Bernard Tschumi, Peter Eisenman, e Thom Mayne, o protagonista da arte contemporânea da arquitetura é o design, por esse motivo Greg Lynn se destaca pelo seu jogo de luzes e as sombras no mundo da arquitetura digital ilimitada e sem fronteiras. Lynn é o arquiteto da geração que usa o computador como um elemento extremamente "natural" para desenvolver e dar corpo a seu trabalho artístico. Ele é considerado pelos críticos internacionais como criador da teoria e expositor da “arquitetura blob”, e tem como armas um arsenal dos mais sofisticados sistemas de produção digital usados pela indústria aeroespacial e de animação de computador. O conjunto de movimentos, ângulos e linhas cartesianas são os segredos para produzir dinamicamente os seus projetos arquitetônicos. O desenvolvimento destes projetos acontecem com o surgimento desses protótipos virtuais, onde acabam por definir a sua flexibilidade e adaptabilidade, assim dando inicio a transformação e a mutação.


"As metáforas clássicas arquitetônicas da estática e do equilíbrio são substituídas nos processos mais vitais do projeto que são, forma conceito e animação. Os formulários e as organizações do edifício são evoluídos com a interação de forças e de gradientes, disparate da influência â muito tempo os ambientes são baseados na teoria de que o designer guia seu crescimento, transformação e mutação, frequentemente indefinidos."


Greg Lynn trabalha e repensa nas diferentes combinações das superfícies deformadas, levando em conta as forças físicas externas e os processos tecnológicos onde se desenvolvem transformações usando meios de animação superiores aos softwares de arquitetura convencionais. Se faz presente uma busca incessante pelos sistemas que simulam a aparência da vida, pelos efeitos especiais e o desenvolvimento de um método de projeto dinâmico, apenas com o uso da geometria tipológica. Essa geometria pode ser dobrada, torcida, deformada, e referenciada, para quando se fizer necessário manter sua linearidade.


É com muito trabalho, criatividade e tecnologia que Greg Lynn dá vida aos seus projetos quase que utópicos. Se dedica aos estudos das formas, movimentos e luzes para de alguma forma enfrentar as leis da física que pareciam ser imbatíveis, ao mesmo tempo que respeita as regras do mundo real. Arquitetura futurista, que mexe com a cabeça dos observadores, parecendo nos levar para outras dimensões, em um mundo paralelo, mas sem fugir da real beleza, forma e função.